O menino nu, de pé sobre a banheira, tremia.
As mãos apertadas sob o rosto.
A pele arrepiada, seus pés mergulhados
Na água fria.
Da janela fechada, além dos vidros,
O escuro intenso
Realçava inúmeros patrulheiros
Piscando suas motos voadoras.
Guardavam os bons bichos recolhidos
Escondidos do que a noite trazia no medo.
A água mais e mais esfriava,
Sugava o calor e se nutria.
Uma luz tremeluzente surgiu
Carregava o próprio lume,
Indiferente.
Como patrulheira dedicada
Jogou a toalha em minhas costas
Se apagou e sumiu.