Quando a noite chega mais cedo
Ou a incômoda percepção da realidade
Lateja enxaquecosa e afirma o óbvio,
Que o ceu não tem estrelas,
Corro rápido à procura de registro.
Muito distante das rimas,
Sobrevivo com palavras secas.
São duras e escassas mas,
São elas que travam a vida.
São os dias escravos das horas
Todos os dias são escravos do Tempo
Tão lento que materializa.
Necessidade de escrever que incomoda.
Se escrevesse menus clássicos…
Mas, escrevo em profundo estranhês,
Palavras forjadas no peito,
Sem rimas, sem risos, sem novidade.
Repetindo temas comuns.
Funcionário da Vida,
Ilusionista da eternidade.
Que felicidade plena e rasa!
Em breve humanidade de contentamento
Intestino esvaziado.
Sinto – me otimista e tomado
De alegria programada.
Mas, Lúcifer, rejeito domínios e agradeço:
Obrigado poesia!