Essa Natureza inconsequente
Bela obra realizou.
Em tecido fino delicado
Seu melhor programa executou.
Matéria bem escolhida.
Em vício de simetria
Verte essência vencida
Desequilibra o humor e a sintonia
Alberga demônios em alegria.
Cerne de obra perdida.
Os olhos variam o brilho
De futuro confiante e profundo
À visão rasa do fosco fundo.
Luz e escuro a um piscar.
Alucinação?
Da boca ambígua a voz vaza plana
Contendo a custo mistos rancores.
Sedução convalescente adocicada
Esconde motivos enganadores.
Os olhos, de viés, espreitam.
No corpo belo bem recortado
Formato que encerra água ardente
Os momentos são moídos finos
Calçando as vielas dos pensamentos.
O mundo se liquefaz
Passado e futuro a um só tempo
No girar sob pressão
Alegria e horror num só viver
Presente sem motivo e sem prazer.
O olho do furacão se arregala.