Sal
Roberto Vagner Reis
Quem mora no brejo, vive com sapos
Com odores e lodos.
Quem mora nas matas, predadores
Quem pensa muito, com grilos (extintos).
Insistentes alarmes de ideias em conflitos,
Nos céus, não há paraíso, só ilusões.
Asas, em penas de fato, penam.
Pela secura das águas.
Quem sai à noite tem vergonha ou medo
Da própria humanidade.
Nas casas do outro lado, lá no nascente,
As mulheres, os homens, as ideias diferentes, tudo proibido.
O corpo é proibido, fonte do mal, cruz das almas.
A vida, substância especial,
Rebaixada, desidratada, em tempestades de areia.
No poente, nada de novo a esperar
Teoria superficial sobre a vida, em shoppings.
Vamos logo, de algum modo, para longe
Quem sabe um novo planeta nem tão distante
Uma nova história da humanidade
Deuses novos com o novo.
Talvez a insatisfação desapareça
Mas as perguntas não devem parar, jamais.