Do longínquo extraordinário
O gigante se aproxima.
Seu lampião de cor intensa
Na emenda das conchas
Entrevisto em longas trincas.
No oriente imaginário,
Nosso fogo logo pleno
Faz a noite evaporada e,
Onde o corvo dominava,
Longe vão os pesadelos.
Atrás de olhos vermelhos,
Úmidas cores acordadas
Brilham luz de outro mundo.
O pêndulo em crescente,
Na estufa transparente,
Aquece a vida que agradece.
Mas, às vezes de mau humor,
Sua fornalha incandescente
Resseca sonhos e futuros.
Maldizendo sua existência
Apela-se à mágica instância,
Com desejo de cegá-lo.
O gigante indiferente
Irriga intensamente este lado.
E nenhum pouco cansado
Vai regar outra metade.
E seu jardim, ora aquecido ora resfriado,
Vai girando, vai girando
Com muitas formas de viver,
Ora crescendo, ora morrendo.
E, sempre girando, girando…
Até os sentidos encerrados.