Pela casa deserta
Suave anda, soberano.
No silêncio cismado
Ignora se é preto, branco, malvado.
Intimidade medida,
Olhos longos em atenção.
Se contorce sedutor
A cauda em exclamação.
Amigo sempre fiel
Dos velhos, dos sem solução.
É companhia calada
Em solidária solidão.
Bicho suspicaz
À magia, é afeito.
De bruxas ou de druídas
Conseguiu tantas vidas.
Com fleuma felina,
Espreguiça com lambidas.
Atente aos limites,
Ou se torna ferina.
Fique o gato em seus mistérios.
Assim como os humanos
Passam o tempo acreditando
Em outra vida mais feliz.